VOCÊ ESTÁ ESCUTANDO O CHAMADO PARA RESGATAR A SUA ESSÊNCIA?

Qual é o seu protagonismo na transição às economias regenerativas?Vem conectar com a Jornada da Economia da Paixão!

Você diz ou sente falhar com a coerência por não ter um pensamento linear, talvez um certo sentimento de confusão, tem algum entrave para se expressar?

INQUIETESI! Pense no Big Bang que deu origem a Terra, como muitos acreditam. Considere todos os movimentos biológicos, emocionais e físicos que te trouxeram e te mantém vivendo, independente de qualquer crença. Veja a teoria de como a Lua surgiu de fragmentos de uma colisão espalhados na atmosfera… Nós, o Planeta e todo ecossistema nascemos através do caos, como então, não autorizar nossa própria complexidade de pensar, ser e agir? 

ALGUNS INSIGHTS QUE PODE ENCONTRAR NAS PRÓXIMAS LINHAS

  • Conexões profundas regeneram;

  • Conexões autenticas despertam entusiasmo e autorizam paixões que desbloqueiam a consciência de protagonismo, a capacidade de sonhar e materializar;

  • Abandonar o modus operandi da economia vigente é uma jornada diária e protagonista, mas a regeneração é a nossa natureza, o que a torna uma prática mais fácil do que os padrões mecanizados que seguimos;

  • Encarar a ecoansiedade com coragem favorece a liberdade de atuar na cura da desconexão que está nos definhando - nós e o planeta, de forma interconectada;

  • O que nos trouxe até aqui não nos levará daqui em diante: a inovação mora na ponte entre o passado e o futuro;

  • A ludicidade, a magia e a arte vão nos salvar – inclusive tem uma poesia para terminar! 

ALGUMAS REFERÊNCIAS PARALELAS

SIM-BORA?!

Para mim a escrita é um sinônimo de entusiasmo, faz eu me sentir viva. Por isso considero ser uma das minhas paixões, uma das formas como materializo a minha expressão criativa. Sendo o que a gente cria parte de quem a gente é, converso com as minhas palavras para me conhecer. Da mesma forma, algumas vezes fujo delas para evitar as minhas próprias emoções.

Falei sobre isso esses dias com o Gal Stiglitz, relatando que mesmo sem um cronograma formal para escrever, as palavras chegam naturalmente cumprindo com uma periodicidade de compartilhamento que me agrada - confiar nessa ordem espontânea que antecede o controle é uma jornada diária para quem seguiu integralmente durante muito tempo o “modus operandi” de uma economia mecanizada. Para Gal a liberdade de expressão parte do cronograma formal, para ele seguir uma periodicidade controlada significa compartilhar com autenticidade o que está sentindo e vivendo, ainda que não seja tão “legal” -  abrir essa vulnerabilidade também é uma jornada diária em uma economia enraizada na ilusão da perfeição e da linearidade (incluindo a “estabilidade” das nossas emoções e estado de espírito no geral).  

Fico inspirada a reconhecer e confessar que há algumas semanas estou tomando coragem para lidar com as palavras que estou digerindo desde que desembarquei no Brasil, em Porto Alegre, onde esperava um frio maior do que enfrentei depois de uma temporada no calorão do Texas, nos Estados Unidos.

Há cerca de 1 ano publicava mais um de muitos artigos com dados como “66% dos cientistas da Organização Meteorológica Mundial acreditam que até 2027 podemos ultrapassar um novo limite do aquecimento global”. Há alguns meses mencionava em um Encontro da comunidade laboratório da Economia da Paixão, o Inquietesi, o marco do dia mais quente da Terra. Há algumas semanas, esbarrei em pessoas reproduzindo o tom alarmante da mídia diante do fato do Brasil abrigar a cidade com ar mais poluído do mundo - a própria, o meu berço: São Paulo. Agora acompanho enchentes e deslizamentos na Europa, relembrando do Rio Grande do Sul há alguns meses.

“Precisei até comprar um ventilador, o ar condicionado não está dando conta!”. São muitos os dados e fatos para a conversa continuar se limitando ao papo de elevador, como este que me cruzou esses dias.

Quais ações estamos efetivamente movimentando pela nossa sobrevivência?

NÃO ESTOU BUSCANDO CULPADOS, ESTOU RESGATANDO ALIADOS

Da mesma forma que evito as minhas emoções quando não investigo as minhas palavras, evitamos a Ecoansiedade ao manter em diálogos superficiais o cenário de definhamento que abrange da saúde mental a climática. É a consolidação do Mundo BANI na prática: nós e os contextos que frequentamos e criamos (família, trabalho, etc) estamos frágeis, ansiosos, confusos pela não-linearidade e com o sentimento de incompreensão que culmina na solidão.

Acontece que fugir não significa deixar de sentir e a realidade “BANI” não começou nem terminou com Covid, os desafios são cada vez mais recorrentes, profundos e intensos. E, então, estamos esperando que alguém venha nos resgatar ou que algo mágico aconteça para salvar a nossa sobrevivência? Foi algo que refleti esses dias com o Thiago Salim, outra mente inspiradora que me inquieta.

A REGENERAÇÃO COMEÇA EM MIM, EM VOCÊ, EM NÓS

As mudanças climáticas tornam visível a complexidade da natureza, um sistema absoluto e autorregulador capaz de se regenerar continuamente. Se autenticamos a nossa própria complexidade, nos enxergamos como parte da natureza e ganhamos algumas ferramentas para aprender a navegar neste “caos”, experimentando com consciência a força regenerativa em nossos corpos e vidas – fonte de motivação para a regeneração externa a nós que estamos precisando facilitar.  

“Em um mundo de tantas ofertas de produtos e soluções que muitas vezes só nos afastam de nós mesmas, desligar as luzes de fora e acender as de dentro, é um caminho de integração, de autoconhecimento, de confiar na nossa bússola interior e não nas cartilhas da cultura hegemônica.”

Mandala Lunar 

Esse trecho de uma newsletter da Mandala Lunar, diz sobre o despertar do protagonismo e o resgate da intuição, dois princípios da “Jornada da Economia da Paixão”, metodologia que aplico na transição às economias regenerativas. Usar a intuição como método de pesquisa é ativar os sentidos que permitem a conexão com pessoas, lugares, experiências, histórias e aprendizados que aprofundam protagonismo, pertencimento e senso de comunidade, ou seja, ativam o funcionamento ecossistêmico da natureza visando a cura da doença da era: a desconexão.

“Os mundos invisíveis que existem dentro de você e o que você manifesta no mundo, estão conectados pela força da intuição, em uma linguagem particular que faz sentido exatamente porque faz sentir. Permita que a intuição seja guia do processo, aprendendo que é possível confiar no que não vemos e que existe mais sabedoria do que, às vezes, nos permitimos lembrar”

Esse trecho do descritivo da palavra “Intuição”, assinada pela Daniela Neves no Oráculo das Palavras, e em especial “existe mais sabedoria do que lembramos”, diz sobre reconhecermos o acesso que temos ao conhecimento maior do que nós mesmos quando nos permitimos a integração com a natureza que somos e pertencemos – o que precisamos, todas as respostas que buscamos, estão dentro de nós, protagonizar é libertar essa expressão. Tudo o que existe na natureza é protagonista, único e depende do todo. É a unicidade que permite a sobrevivência do todo e é o todo que favorece a qualidade de sobrevivência e singularidade de cada parte.

Damos voltas e voltas para compreender essa consciência de interdependência, que é profundamente enraizada na cultura de povos originários, empoderados do protagonismo de quem vive em conexão abundante e consciente com a natureza, sentindo a força de pertencer ao todo a cada pisada na grama e na terra. Como exemplo, na década de 70 o químico James Lovelock e a microbiologista Lynn Margulis fundamentaram a “Hipótese Gaia”, que aponta a Terra como um sistema complexo composto de partes que interagem entre si: somos todos células em um corpo maior.

Neste post do Instagram brinco com uma analogia sobre “a grande espiga de milho que somos: um bando de pontinhos soltos, que só faz sentido (faz sentir e ter sabor) quando estamos juntos.”

A MAGIA QUE EXISTE DENTRO DE VOCÊ, A MAGIA DE SER VOCÊ

Nos discursos mercadológicos de massificação e expansão, que centram padronização e concorrência, nos esquecemos do nosso poder protagonista e comunitário (ser e agir em comunidade), mas diante do caos, é essa veia humana que nos salva.  

A pandemia ainda está sendo um grande despertar para essa condição de ser protagonista: “colocar a mão na massa” para além de qualquer rótulo e hierarquia inorgânica, compreendendo que só nós podemos atuar por nós mesmos e que a ação de cada parte é fundamental, libertando credos, crenças e fatores que condicionam desigualdade impedindo inclusão e pertencimento.   

A facilidade de retornar rapidamente a esse nosso funcionamento “natural” em estados de urgência, é o caminho de reflexão que traço quando me perguntam o que me faz acreditar na transição às economias regenerativas sendo o modelo econômico da revolução industrial tão enraizado. O fato é que é muito mais fácil e intuitivo viver através da abundância da nossa natureza – somos pura magia, potência criativa e evolutiva! O desafiador é desapegar da ideia de sobrevivência escassa baseada na dificuldade, o famoso “no pain, no gain” é uma referência popular desse credo.

SONHAR PARA MATERIALIZAR O MUNDO QUE CHAMAMOS DE NOSSO

Por alguns instantes essa crença do sonho se anestesiou em mim a caminho de um evento onde palestrei em Porto Alegre, as lágrimas rolaram enquanto passava por algumas paisagens carregadas de luto, me lembrando da fala que escutei de um colega recentemente: “é difícil sonhar quando se está passando fome”. Questionei se conseguiria encontrar palavras para falar ali sobre novos modelos econômicos, novas possibilidades de estilos de vida regenerativos e apaixonantes.

Mas, como tem sido em outras passagens por solos tradicionais onde guardamos as raízes do Brasil, cheguei para mais resgatar do que ensinar e minhas lágrimas foram rapidamente acolhidas pelo sorriso que encontrei em protagonistas que estão buscando a regeneração, a começar pela comunidade de líderes de cooperativas* ancorado pelo Sescoop RS. Um círculo de mulheres que, ao final da minha exposição, me doaram palavras como idealização, superação, entusiasmo, serenidade, coragem, empatia, esperança, grandeza, gratidão, amor e vida!

*Como a Economia da Paixão, as “tradicionais” cooperativas, atuam para fundamentar as economias regenerativas. Por isso uso “economias regenerativas”, no plural, são vários os caminhos e modelos e não importa o nome que empregamos, mas a sinergia de valores e intencionalidade de resgatar o funcionamento da natureza como base de sobrevivência para nós e nossas comunidades (negócios, família, círculos sociais no geral, etc).

Não demorou muito e já estava gargalhando e acreditando nas possibilidades de sonhar (e saborear!) com alguns dos agricultores locais.

Chácara Lírio do Brejo

Conversando com 2 das 3 irmãs da Chácara Lírio do Brejo, uma tríade de mulheres que fomentam o consumo de PANCS (Plantas Alimentícias Não Convencionais), falamos sobre usar a magia da natureza para explorar novas alquimias e criar novas realidades não-óbvias. Como exemplo, a Chácara Lírio do Brejo fabrica uma conserva deliciosa de coração de bananeira, elemento nutritivo da natureza que pouco exploramos enquanto lutamos contra a fome mundial e caímos na descrença de soluções por enxergar somente as óbvias, ou seja, o que nos “nutriu” até aqui. E isso se repete em todos os desafios listados pela ONU: fome, pobreza, moradia,...

objetivos de desenvolvimento sustentável - ONU

O QUE NOS TROUXE ATÉ AQUI NÃO VAI NOS SUSTENTAR DAQUI EM DIANTE

É algo que repito muito nas mesas de inovação em contextos de empresas tradicionais. Aprendizados do passado e legado devem ser honrados, mas não podem engessar ou condicionar as fórmulas que vão nos guiar para os próximos passos. A aplicação da Jornada da Economia da Paixão nestes contextos é a construção constante dessa ponte que garante a conexão sustentável entre passado e possibilidades de futuro.

Essa conciliação entre passado e futuro foi o que garantiu o 2º lugar da marca “Schuller” na categoria “mel” no concurso de produtos da agroindústria familiar da Expointer. Enxerguei essa ponte ali, diante de mim, quando a jovem Meline Schuller me apresentava orgulhosa alguns dos produtos da sua família, enquanto o seu pai me contava, com muita emoção, a história e tradições da marca. 

registro orgulhoso da premiação na tela do celular de Melina

Ouvir o pai da Meline me lembrou uma das últimas conversas que tive com o meu avô paterno alguns meses antes de ele morrer.

Perguntei sobre seus sonhos e ele demorou para responder. Contou sobre alguns sonhos realizados, mas concluiu que já não tinha mais sonhos. Naquele dia, o enxergando ainda com saúde física e mental, me despedi. Morar distante da família de origem tem dessas passagens de “antecipação” – não temos certeza de que vamos estar presentes em momentos de celebração como um nascimento ou uma morte -, mas naquele caso segui a minha intuição e crença de que paramos de viver quando paramos de sonhar. 

A última vez que conversei com o meu avô em vida, foi sobre sonhos. A Jornada da Economia da Paixão começa mais ou menos por aí. Nessa compreensão de que a realidade que criamos e chamamos de vida começa nos nossos sonhos, o que nos torna quem somos, protagonistas pela soma única dos nossos desejos. Essa conexão consigo, que reflete na conexão com o outro, é onde resgatamos a fórmula de sobrevivência “regenerativa” para criar novas formas de economia, ou “estilo de vida”, como prefiro colocar -  formas de morar, de se relacionar, de trabalhar, etc.

Se a falta de motivação, visão ou prisão a ideia de que não é possível fazer a diferença está te tomando, fica o convite para a Jornada da Economia da Paixão que inicia em outubro de 2024!

“Na graduação de publicidade, o princípio de emoções e sentimentos são explorados para a criação de mensagens de marcas capazes de despertar emocionalmente o consumidor, mas na prática, é surpreendente observar como são poucos os trabalhos de branding - processo de construção de uma marca e seu posicionamento - e anúncios em geral, fundamentados de forma séria, responsável e consciente. Aos poucos, entendi um dos principais pilares deste desafio: muitos dos próprios profissionais por trás dessas construções podem até entender muito sobre teorias, mas na prática, não dominam a própria consciência de emoções e sentimentos e, assim, muitas vezes não conseguem acessar esta verdade para manifestá-las através de seus trabalhos - e estamos correndo o risco de fazer o mesmo com as máquinas que estão sendo programadas. (...) Tudo nasce de dentro para fora: primeiro estes profissionais lidam consigo, depois estão prontos para lidar com o outro - marcas, produtos, consumidores. 

 

Compartilhei esse trecho do meu livro “Economia da Paixão: a Jornada a Caminho da Regeneração” em um artigo para a Revista Licensing Brasil, na ocasião do último prêmio de projetos de Licenciamento. Adoro visitar esse universo provocando o acesso às lentes de esperança e capacidade imaginativa que a infância favorece para traçarmos soluções criativas e projetar futuros ainda não visíveis nos nossos contextos cada vez mais complexos.

Sim! Acredito que a ludicidade, a magia e a arte, incluindo a de sonhar, é o que vai nos salvar!

É um pouco do que a Fruitella compartilha nessa mensagem:

Vamos precisar de todo mundo

Um mais um é sempre mais que dois

Para melhor construir a vida nova

É só repartir melhor o pão

Recriar o paraíso agora

Para merecer quem vem depois

Deixa fluir o amor

Deixa crescer o amor

Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Enquanto escrevia esses últimos parágrafos a minha mãe compartilhou comigo uma música do Beto Guedes, que me remeteu a essa outra música que adoro na voz da Maria Gadu. Então vou experimentar alguma coerência nessa conversa não-linear, concluindo em poesia – a minha expressão criativa, uma das artes que pode nos salvar!

Fica o chamado para alguns sentidos despertar!

SOBRE PAULA COSTA | @paulacoliv

Ajudo protagonistas a entenderem o mundo através das próprias lentes, favorecendo pertencimento e a expansão regenerativa de comunidades!

Vivendo fora do Brasil, a partir de uma palavra chave anual como lente da sua metodologia de Jornada da Economia da Paixão, transita por diferentes países, culturas, experiências, ferramentas e eventos de arte, design, bem-estar, autoconhecimento, tecnologia, inovação, negócios, gastronomia, moda e varejo, realizando a curadoria de comportamentos e movimentos que se fazem insumos dos insights e despertar de inteligência criativa e estratégica que provoca ministrando jornadas de inovação de profissionais e organizações de diferentes setores globalmente, palestras, workshops e aulas de Pós Graduação e MBA de instituições como ESPM e IED. Comunicóloga formada em Publicidade e Gestão de Varejo pela graduação e MBA da ESPM, com especializações complementares em inteligência de mercado, pesquisa, antropologia, sustentabilidade, criatividade e futurismo e passagem por instituições como Hyper Island e Tel Aviv University, participa de grupos globais de inovação, é apoiadora do Fashion Revolution Brasil, co-autora do livro Economia da Paixão, autora do livro Economia da Paixão: Jornada a caminho da Regeneração, e co-criadora do Inquietesi – laboratório comunidade da Economia da Paixão para a transição à Era Digital regida pela Consciência.